quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
IBO - É bom lá voltar
2009 não podia ter terminado de melhor forma, no que diz respeito a novas experiências gastronómicas.
IBO é um a ilha no meio do arquipélago das Quirimbas, a norte de Moçambique, na região de Pemba. Estive lá na minha lua de mel há uns anos. Um verdadeiro paraíso, que agora temos o prazer de receber, noutro formato, em Lisboa, ao Cais do Sodré.
Fui lá parar por acaso, a convite de almoço de um cliente. Já conhecia o restaurante de nome e porque conheço o chef há muitos anos (não nessa qualidade). Mas nunca, por uma razão ou outra, tinha manejado lá ir. Houve uma vez que estive mesmo à porta, mas os meus acompanhantes decidiram, à última, trocar-me as voltas.
Admito que tenho um fraco (ou mais um forte) por Moçambique, o que não quer dizer que esteja condicionado à partida. Ou por outra, quer mesmo dizer que estou condicionado porque me torno mais exigente. Um restaurante que desilude já é triste, mas um restaurante que se usa de costumes de um povo, de uma terra, para atraír e não se esforça para, pelo mens, ter alguma coisa a ver, é pior. E vê-se logo quando uma pessoa não sabe o que está a fazer.
Pois bem, este não é, definitivamente, o caso do IBO.
Entro no restaurante e sou logo recebido por um empregado bem vestido, de preto, com um sorriso na boca e a querer saber o que me traz àquelas paragens. Pergunta-me se quero beber alguma coisa e gesticula como a querer ajudar-me a tirar o casaco. Tudo é limpo e bem posto aqui. Os tons de branco que caraterizam, mas não limitam, o espaço, dão-lhe um ar fresco e ao mesmo acolhedor. A temperatura está perfeita, nem calor nem frio. Foi como chegar a casa.
Sou conduzido ao primeiro andar onde me encontro noutra sala igualmente agradável com a mesa já à nossa espera. Mal nos sentamos somos logo acarinhados com uma selecção de pães e respectivos acompanhamentos que deixam logo antecipar a qualidade, simples (e não quero dizer fácil), sem pretenciosismos, e muito eficaz.
A lista é preparada com o cuidado de ligar os pratos ao país de origem, com vários fixos, incluindo os conhecidos camarões tigre, seja na grelha,seja à Laurentina, seja em caril. Há também pratos de carne muito apetecíveis, dos quais destaco o borrego, porque o vi mais tarde a chegar à mesa com um aspecto "de se comer" (literalmente falando)! Passando às sobremesas, tivemos direito a um "sortido" por isso deu para fazer uma geral. Maravilhosas! bolo de chocolate, papaia recheada, sorbet de limão ou leite creme com açúcar queimado na hora, entre outras delicias...
Os timings de atendimento e intervenção à mesa foram daqueles que eu gosto. Sem grande alarido, passámos o almoço sem ser incomodados mas sempre com a sensação de estarmos acompanhados quando precisámos. É esse o objectivo que, na minha opinião, um bom empregado deve ter: estar presente sem incomodar, sem se sentir como uma sombra.
Gostei muito do pormenor dos pousa malas para as senhoras. Belo toque!
Enfim, recomendo uma ida ao IBO, ou mais. Vão notar que quem lá está, está por gosto. E quando é assim, aliado à sensibilidade culinária, não há como falhar.
Contactos e localização em: http://www.ibo-restaurante.pt/
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Já me sentei no restaurante...e agora estou verificando o menu:
ResponderEliminar- Ah, já sei o que vou pedir!!!
Salada de caranguejo e manga sobre mistura de verdes
Caril de peixe em molho de coco e coentros e pra sobremesa...
Pessego recheado com requeijao de ovelha
ótimo, perfeito!
E a vista do Rio Tejo? Maravilhosa
O Ibo é uma ilha maravilhosa do arquipélago das Quirimbas, que durante mais de dois séculos foi a capital do distrito de Cabo Delgado. Nela se cruzaram pessoas, saberes e sabores de proveniências múltiplas, dando às suas gentes uma tonalidade e uma cultura próprias que encantam qualquer visitante.
ResponderEliminarTambém o Ibo Restaurante foi capaz de trazer até ao Cais Sodré, um recanto encantador de Lisboa, um pouco dos saberes e sabores, não só do Ibo, como do restante Moçambique e de cruzá-los, com pleno êxito, com saberes e sabores do nosso Portugal.
A prova desse facto não é transmissível por gestos ou palavras, mas tão somente com uma prova real, consubstanciada numa visita ao Ibo Restaurante, onde a palavra de ordem é a qualidade.
Já agora que estamos sentados à mesa para saborear um saboroso tokossado de peixe e uma feijoada à moda do Ibo, convido os meus amigos a conhecer alguns gestos, saberes e sabores do Alto Ribatejo e Beira Baixa em: http://casaspretas2.blogs.sapo.pt/426.html
ResponderEliminarAcredito que vão gostar.